segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleições

“O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei.”

Me arrisco a falar de um assunto sobre o qual sou um completo analfabeto: Democracia.

Dizem que democracia vem do grego, “demos” (povo) + “kratos” (autoridade); Governo do povo, pelo povo e para o povo, na célebre definição de Abraham Lincoln.

Democracia é alternância de poder! Talvez o povo brasileiro até concorde com isso em certo grau e gênero, mas não necessariamente em número. Pelo menos é o que vimos nas últimas pesquisas e no resultado do primeiro turno para as eleições presidenciais em 2010.

Em nossa democracia participativa, temos a “liberdade” de escolher nossos representantes a cada 2 anos. Escolhemos presidente, senadores, deputados, vereadores, prefeitos e governadores: ou melhor, às vezes pensamos que escolhemos. Afinal, por que meu candidato a deputado teve mais votos do que o seu, e o seu ganhou e o meu perdeu?

Elegemos deputados e vereadores pelo voto proporcional. A divisão aritmética das cadeiras em disputa entre os partidos políticos, com a finalidade de assegurar um debate democrático e a representação das minorias, tem se tornado, cada vez mais, um instrumento de corrupção, a partir da fabricação em laboratórios, ou melhor, diretórios (partidários) de candidatos bizarros puxadores de votos, que levam consigo além da alegria e palhaçada, mensaleiros e sua cambada! Os palhaços e analfabetos que elegemos, assim como os corruptos, são o nosso espelho!

Aos três anos de idade, graças à constituição de 88, ganhei a ”liberdade” de poder votar aos dezesseis, direito que exerci analfabeticamente. E continuo a exercer até hoje. É que vivo num cenário de grande pluralidade partidária, são tantos candidatos, legendas e propostas. Não sei qual a melhor. Pra falar a verdade nunca li um projeto de governo. Pra falar a verdade, não sei nem ler. E dizem por aí que analfabeto é o Tiririca, o deputado federal, do “Pior não fica”, mais bem (ou mal) votado nestas eleições. Churchill que o diga, democracia é “o pior de todos os regimes, à exceção de todos os outros já testados.”

Gostaria mesmo que a democracia fosse alternância de servir, mas, considerando a definição etimológica de democracia; considerando que vivemos num país com uma taxa de analfabetismo de cerca de 10%, somando 14,1 milhões de analfabetos; considerando o analfabetismo funcional, onde 1 em cada 5 pessoas são incapazes de ler e compreender um simples texto; considerando ainda os analfabetos políticos, o pior de todos, como bem lembra Bertold Brecht, eu diria:

Democrasia, é a iginoransia no poder.

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