sábado, 27 de novembro de 2010

Guerra Civil

Guerra civil.
Estado de alerta como nunca se viu.
Quarenta graus Célsius no estado do Rio.
Bandido, polícia, calibre fuzil.
Troca de tiros, alguém se feriu.
Queimando no asfalto jaz um corpo frio.
Fecha-se o cerco, gargalo funil.
Operação tiroteio.

Sai do meio Brasil!

Que teu tão formoso céu risonho e límpido
resplandece na Cruzeiro a tiros mil!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fim

Vendo o Tempo a Terra em rotação
e a flor do girassol por um momento
achando que o Sol pudesse estar em movimento
de vazão

ouviu a voz sutil
da bela flor ao entardecer.

E se um dia o Sol morrer e tudo desaparecer?

O bom Tempo reluziu
mais um sábio pensamento.

E se o sol morrer
A lua desaparecer
A lâmpada queimar
E a vela se apagar

Sempre haverá aquele brilho no olhar.

Que brilhará eternamente
e muito mais intensamente

do que o brilho do sol nascente
matiz de sol poente,
lua cheia, vela
ou lâmpada fluorescente.

domingo, 14 de novembro de 2010

A vela

Vai a vela e leva
o barco a bela
ao som
da boca sopra
assobia
ao som do beijo
volta vela volta.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

LAR

Diante das circunstâncias, republico esse texto.


Lar
lar é uma coisa engraçada
as vezes
pode ser casa
mas às vezes nao
na verdade lar é muito mais
lar é aquele cantinho do tempo
aquele cantinho do espaço
em que vc se basta
em que vc se encontra
mas, que tamanho tem um lar?
pergunta difícil
pode estar em qualquer lugar
mas algo
eu lhe digo
muitas vezes
eu encontro o lar
no brilho dos olhos dos meus amigos
e quando eu penso neles
penso na luz
e digo comigo mesmo
de olhos fechados
de pensamento vidrado
sentindo a tua presença
e susurro pra mim mesmo:
lar doce lar

Autor: Andre Luiz

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Entardecer

O Girassol flor amarela
com tanto Sol pôs-se a murchar
tanto tempo que o Tempo parou no tempo a contemplar.
Exposição tão prolongada fez queimadura, despetalar.

O sábio Tempo novamente como sempre pôs-se a pensar.
Pensou nas pétalas queimadas, algum remédio a cicatrizar.
Lembrou de um velho ensinamento
Tão velho que o próprio tempo
quase esquecera de lembrar

O Tempo, velho curandeiro,
sempre fez e faz curar.
Foi cumprir a sua sina, o futuro desvendar.
Tic tac tic tac fez a volta do ponteiro do relógio a voltear.

O Sol se pondo ao fim do dia
Alaranjou o firmamento
E pintou seu sentimento
Em matiz de cores frias.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sinfonia

Prrrrrrriiiii prrrrrrriii apitava o guardinha. Semáforo quebrado.
Vrrrrrooomm vrrrrrooomm roncavam motores. Apressados rumo ao trabalho.
Tccchhh Tcchhh freavam os ônibus. Trabalhadores enlatados.
Beeeeeennn beeeeeennn buzinava o carro. Faltava-lhe espaço.
Uuuiiiiiiiii uuuiiiiiiiii ambulância chegando. Motociclista no asfalto.
Brrrrrrrrrrr brrrrrrrrrrrrr britadeira na obra. Ali não brotam bromélias.

Quiiii-quiuíiiiii! Quiiii-quiuíiiiii!
Insistia o bem-te-vi...

Solava para a cidade surda
sob regência de uma árvore muda.

Virtuosos compassos
retorcidos galhos
ao sabor do vento a balançar.