quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Confissão

Eu aprendi a rezar o Pai Nosso ainda criança
Aprendi também que eu deveria rezá-lo todos os dias
Principalmente ao acordar e ao dormir.
Eu até rezo, quando me lembro,
mas no meio da reza me sinto às vezes desconfortável.
É que acho um tanto mecânico, repetir palavras
Que não parecem sair de mim.
Normalmente quando deito na cama
Fico pensando na vida, nos acontecimentos e
Acabo por elevar o pensamento assim:
Deus obrigado por mais um dia
Obrigado pela minha família
Por minha mãe, meu pai, minhas irmãs,
Meus amigos
E todas as pessoas
Que me dão sempre tanto carinho
Pela minha saúde, pelo alimento,
E também pelos bens materiais
E que a cada dia eu possa transmitir às pessoas
Todo esse amor que recebo.
Agradeço pela oportunidade de estar aqui, nessa jornada
Aprendendo com cada um ao meu redor
Peço sempre proteção e serenidade para o dia seguinte
E normalmente termino por aqui.
Sim eu sei que é uma oração meio egoísta,
Porque não falo dos pobres, dos doentes, dos presos, dos necessitados.
Das guerras, dos mutilados, dos desnutridos, dos sem-teto...
E admito que só consigo orar com fervor
Pensando nas pessoas com as quais realmente me importo.
Enquanto isso, recebo bençãos diárias dos pacientes
que atendo uma vez por mês...
Por um simples sorriso ou até menos que isso
Eles dizem com olhar sincero:
Que Deus te abençoe e lhe dê saúde!
Diferente de uma quantia de dinheiro ao avarento,
ou de um prato de comida ao guloso,
que diminui, à medida em que é dividida
Esta energia, esta vibração, por assim dizer
Não diminui, pelo contrário, se multiplica
E faz bem quando compartilhada com alguém.
Me ensina a aprender a ser menos egoísta no meu dia-a-dia.
Amém.

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